quarta-feira, 23 de março de 2016

Relíquia: Roots 'N' Boots - Young, Loud & Proud


Quando menos pensamos que lá para o lado do Oriente a galera não monta uma cena punk ou skinhead, nos surpreendemos. Já falei do No Man's Land, da Indonésia, num post passado, hoje trago para vocês uma das melhores surpresas que tive nos últimos tempos, que é o Roots 'N' Boots, que é da Malásia.

Os caras têm uma discografia curta, infelizmente, mas simplesmente chutam tudo o que veem pela frente, nos poucos registros que aparecem. E o que mais surpreende, é o fato deles terem uma veia mais pesada e mais lenta, fazendo um tipo totalmente diferente de streetpunk do que estamos acostumados, vindo da Europa. Aqui o som é bem mais técnico do que temos por aí, habitualmente, com alguns harmônicos, solos dobrados e outras características que lembram muito o hard rock. Mas, definitivamente, o que manda por aqui é o streetpunk, inconsequente, brigão e alcoólatra, como tem que ser. Os caras praticamente fazem um tributo ao estilo de vida skinhead AGGRO, sendo quase que literalmente uma porrada auditiva. É como se cada acorde e cada batida fosse um soco na cara, tamanha a agressividade. Os coros também estão presentes, naquele velho estilo torcida de futebol. Os solos também são bem elaborados, mas sem perder a característica clássica do Oi! tradicional.

Não consegui reunir informações sobre a história da banda, nem sobre seus integrantes, mas consegui saber que eles formaram o Roots em 1996 e lançaram dois álbuns. Além deste, há também o "Working Class Heroes" (2000), e pelo o que parece, a banda está na ativa até hoje, pois há atividade recente na página do Facebook dos caras.

De qualquer jeito, mesmo com a falta de informações, vale a pena curtir o som, pois são 10 faixas absolutamente matadoras, que te deixarão com vontade de beber e provocar o CAOS! Destaque para "Aggro-Culture", "Keep The Faith", "Made In Malaysia", que fazem um trio absolutamente fodido, enquanto você sente vontade de praticar a violência hooligan pelos estádios da sua cidade.

Faixas:

Alternative
Young, Loud & Proud
Aggro-Culture
Keep The Faith
Trouble On Our Street
Made In Malaysia
Worka-Hooligunz
Whatever Happens?
Those Were The Days
Up Yours!

Ficha técnica:

Banda: Roots 'N' Boots
País: Malásia
Álbum: Young, Loud & Proud
Ano de lançamento: 2003
Gravadora: Clockwork Records

segunda-feira, 21 de março de 2016

Grade 2 - All I Know (clipe)


Talvez a maior revelação do Oi! atualmente seja o Grade 2. São adolescentes tocando punk rock rápido, direto e cru, remetendo muito aos clássicos britânicos. Eles estão conceituadíssimos na cena e estão quebrando tudo por aí.

Antes de ontem, os moleques lançaram seu novo vídeo-clipe, para o single "All I Know". Vale a pena dar uma conferida e ver o que o futuro nos reserva. Pelo menos, sabemos que ele não será ruim!

Grade 2 - All I Know (2016 - Contra Records)




4 álbuns clássicos para pogar (e muito) #1


Há muitos anos, digo que qualquer show se resume única e exclusivamente ao pogo. Normalmente, nós que somos fãs de punk, rejeitamos qualquer técnica apurada e estamos cagando se as músicas estão perfeitamente executadas, ou não. O que nós queremos é destruição e bagunça, uma coisa quase anárquica em um show, queremos soltar os demônios e quebrar a porra toda. Tudo isso, caro amiguinho, se faz pelo meio do POGO.

Se você não sabe o que é e não quer se sentir no lugar errado, pesquise. Há muita coisa sobre a nossa amada dança por aí.

Se preparem, amiguinhos, pois aqui vão quatro álbuns absolutamente destruidores e clássicos para o seu pogo:

#1: Minor Threat - Minor Threat LP (1984 - Dischord)


Desde a clássica capa do cara careca, com suas botas desgastadas, olhando para baixo, que é altamente difundida e virou tudo quanto é coisa possível - desde tatuagens, até camisetas -, estamos perante um álbum absolutamente DESTRUIDOR.

Nada mais é que a reunião dos EPs do Minor Threat, um auto-intitulado (da faixa 1 à 8) e o clássico "In My Eyes" (da faixa 9 à 12), recheados de clássicos e "tupá-tupá" extremo. Não, você não precisa ser straight edge para curtir isso aqui - aliás, creio que a maioria dos fãs do MT não o são - e não precisa se sentir ofendidinho quando o Ian MacKaye xingar quem bebe, quem fuma e quem trepa. Não seja tão sensível, afinal de contas, lembre-se que o nosso único objetivo é pogar e sair com algumas marcas roxas.

Não há como citar NADA aqui, pois você está diante de 14 dos vários clássicos lançados pelos caras, mesmo com uma discografia tão curta, mas tenha certeza: tudo é perfeito para você se acabar.

Faixas:

Filler
I Don't Wanna Hear It
Seeing Red
Straight Edge
Small Man, Big Mouth
Screaming At A Wall
Bottled Violence
Minor Threat
In My Eyes
Out Of Step (With The World)
Guilty Of Being White
Steppin' Stone


#2: Bad Religion - How Could Hell Be Any Worse? (1982 - Epitaph Records)


Quem anda seguindo o blog nos últimos dias, sabe que eu já falei do Bad Religion, fazendo um belo review sobre eles no Lollapalooza. Mas, MUITO ANTES dos caras pensarem em fazer sucesso e serem reconhecidos na cena punk mundial, eles lançaram este álbum, que abriu as portas para algo muito maior na carreira.

Aqui temos a sonoridade padrão do Bad Religion, as batidas rápidas, as músicas curtas, as letras inteligentes - se bem que não estamos pensando em letras, no momento - e tudo o mais, com uma diferença: esqueça as belíssimas produções que os caras tiveram depois do "Suffer" (1988), porque aqui o negócio é sujo, mal gravado e cheio de chiados. Ou seja: ABSOLUTAMENTE PERFEITO para uma noite de pogo insano.

Sons como "We're Only Gonna Die" (aliás, clique AQUI e veja um vídeo formador de caráter), "Fuck Armageddon... This Is Hell", "Voice Of God Is Government"e vários outros vão te dar a dose necessária de anarquia e vontade de quebrar tudo. Absolutamente necessário.

Faixas:

We're Only Gonna Die
Latch Key Kids
Part III
Faith In God
Fuck Armageddon...This Is Hell
Pity
In The Night
Damned To Be Free
White Trash (2nd Generation)
American Dream
Eat Your Dog
Voice Of God Is Government
Oligarchy
Doin' Time

Ouça o álbum no Spotify (infelizmente, só consegui a versão remasterizada, mas dá para sentir a raiva do mesmo jeito)

#3: Circle Jerks - Group Sex (1980 - Frontier Records)


O ápice do seu rolé destruidor PRECISA ser com este álbum. São 15 minutos de destruição, palavrões, agressividade e gritaria, com direito a letras politicamente incorretas, que deixarão o clima mais tenso e mais agradável para a nossa arte preferida.

"Group Sex" é um dos álbuns mais politicamente incorretos da história do punk rock, e se fôssemos censurar todos os palavrões e termos ofensivos, os gritos de Keith Morris seriam quase todos ofuscados, ou teríamos um álbum apenas instrumental. Aliás, é muito difícil alguma música passar de 1 minuto e meio - só as faixas "Back Against The Wall" e "Live Fast, Die Young" conseguem -, e as coisas são tão rápidas e tão insanas, que até as releituras de "Wasted" e "I Don't Care" - ambas da época de Morris no Black Flag - são absolutamente mais destruidoras que as originais. Inclusive, este álbum tem as minhas músicas favoritas dos caras, que são "Operation", "World Up My Ass", "Red Tape" e "Deny Everything", que são os destaques que deixo para vocês.

Destrua, apenas DESTRUA.

Faixas:

Deny Everything
I Just Want Some Skank
Beverly Hills
Operation
Back Against The Wall
Wasted
Behind The Door
World Up My Ass
Paid Vacation
Don't Care
Live Fast Die Young
What's Your Problem
Group Sex
Red Tape


#4: Discharge - Hear Nothing See Nothing Say Nothing (1982 - Clay Records)


Está cansado? Então SUMA DAQUI, porque o inferno ainda não acabou! Se não aguenta, bebe leite!

Seu rolé PRECISA terminar BRUTAL, quase extremo, e aqui tenho um dos álbuns que mais representarão esta brutalidade infernal.

Vindo de uma das bandas mais clássicas e representativas da história do hardcore punk, o Discharge abriu as portas para o lado mais extremo do estilo, influenciando bandas de punk, HC, crust e até mesmo black e death metal. Desde os vocais agressivos, até a bateria insana, que ficou conhecida como D-beat, o CAOS reina, fazendo até mesmo que você quebre um nariz, ou algo do tipo.

As coisas são tão intensas, por aqui, que até mesmo enquanto estou sentado aqui, escrevendo este texto para vocês, meu coração está acelerado e o ar está faltando, e podem acreditar: não é por causa dos cigarros. 

Músicas como "Hear Nothing See Nothing Say Nothing" - que bateria é aquela? -, "I Won't Subscribe", "A Hell On Earth", "The Possibility Of Life's Destruction", "The Blood Runs Red" e a indubitavelmente clássica "Free Speech For The Dumb" te farão enlouquecer.

Hear Nothing See Nothing Say Nothing
The Nightmare Continues
The Final Blood Bath
Protest And Survive
I Won't Subscribe
Drunk With Power
Meanwhile
A Hell On Earth
Cries Of Help
The Possibility Of Life's Destruction
Q: And Children? A: And Children
The Blood Runs Red
Free Speech For The Dumb
The End


Diga nos comentários o que achou, depois de ouvir essa sequência! Deu para quebrar um osso?

Até a próxima.

domingo, 20 de março de 2016

Músicas para a sua noite de domingo #1


Como todos sabem, a noite de domingo é uma das coisas mais demoníacas que existem, pelo simples fato de anteceder a segunda. Parece que o mundo vai explodir e que nossa vida não valeu de nada. Sendo assim, é sempre bom ouvir alguma coisa realmente boa, senão a vontade de morrer aparece logo.

Então, lá vão 10 músicas para fazer essa noite de domingo algo feliz, regado a cerveja e DESCUBRA.

PS: Decidi fazer esse post para parar de ouvir Joy Division. HAHAHA.

#1: Aggressive - Home (2015 - Sunny Bastards Records)


#2: Stigma - Don't Lose Faith (2013 - Durty Mick Records)


#3: Pennywise - Something To Change (Ao Vivo)


#4: Booze & Glory - Leave The Kids Alone (2014 - Contra Records)


#5: Ramones - Commando (1977 - Sire Records)


#6: Rancid - Salvation (1994 - Epitaph Records)


#7: Dropkick Murphys - The Spicy McHaggis Jig (2001 - Hellcat Records)


#8: Descendents - Hope (Ao Vivo)


#9: Lagwagon - May 16 (Ao Vivo)


#10: Evil Conduct - Skinhead Till I Die (2010 - Randale Records)

quinta-feira, 17 de março de 2016

KrawallBrüder - Schmerzfrei


Há duas tendências nas bandas de streetpunk/Oi!, hoje em dia: ou elas fazem uma espécie de tributo à sonoridade clássica do estilo, ou elas adicionam novas influências, deixando tudo moderno. O KrawallBrüder preferiu a segunda opção, tendo suas raízes no Oi!, mas também colocando uma carga enorme de heavy metal em seu som, o que deixa tudo muitíssimo mais interessante, mesmo que você, assim como eu, não goste de metal.

A banda foi formada na Alemanha, em 1993, e conta com mais de 5 álbuns, em sua discografia, todos eles liderados pelo excelente Pascal Gaspard. O cara é extremamente técnico na guitarra, com riffs e solos de deixar qualquer guitarrista virtuoso com inveja. Seus vocais são mais "comuns", se podemos dizer assim, grave e gritado, enquanto vocifera os versos em alemão.

"Schmerzfrei" é o penúltimo álbum dos caras, até agora, que precedeu o também excelente "Venganza" (2015) e foi escolhido por mim, para essa resenha, pois considero que é o melhor disco dos caras. Aqui a brutalidade envolvida é muito grande, com um "tupá-tupá" insano, em várias músicas, guitarras cheias de groove e baixo distorcido, acompanhando muitíssimo bem a bateria. Os solos são as principais características, por aqui. Praticamente todas elas têm um belo solo, ao melhor estilo Oi! clássico, com riffs-base bem característicos do metal. Algumas exceções, como "Blut Und Tinte", têm uma pegada mais old-school, mas isso está bem longe de ser regra.

Como já disse anteriormente, heavy metal não é a minha praia, mas antes de imaginar o que diabos vamos encontrar por aqui, é bem melhor deixar que os caras nos surpreendam, até por causa das características punk e HC que são encontradas por aqui. Músicas como "Auf Ein Wort", "Schmerzfrei", "6 Fuss Breit", a melódica "Nur Für Dich" e a já citada, streetpunk padrão "Blut Und Tinte" fazem a minha alegria, e tenho certeza que farão a sua também.

PS: QUE CAPA LINDA!!!

Ficha Técnica:

Banda: KrawallBrüder
País: Alemanha
Álbum: Schmerzfrei
Ano de Lançamento: 2014
Gravadora: KB Records
Integrantes: Pascal (Vocal, guitarra), Flo (Guitarra), Swen (Baixo), Thomas (Bateria).

Faixas:

I.VI. R.I.P. XXXIII
Was Lange Währt
Blut Und Tinte
Auf Ein Wort
Nur Für Dich
Weg Von Euch
Schmerzfrei
6 Fuss Breit
Wie Die Tiere
Nie Ein Ende Sehn
Wir Kommen Wieder (Bonus Track)

Hard Evidence - Last One Standing

hardevidence

Caindo de cabeça no streetpunk/Oi!, tenho o gosto de apresentar-lhes uma das bandas que mais me surpreendeu, nos últimos tempos. Hard Evidence, uma banda lá de St. Louis (EUA), vem sendo um dos nomes que mais crescem na cena, apoiados em seu som que remete aos clássicos do Oi! britânico!

Foi um pouco difícil, para mim, escutar o álbum inteiro, pois só achava os streamings lançados no Youtube, que já me deixavam com um gostinho de "quero mais". Depois, quando consegui o download deste disco, esse gostinho aumentou mais ainda, graças ao fato de ser um mini-álbum, com apenas oito músicas. Mas, acredite, ABSOLUTAMENTE TUDO nesse álbum é de extremo bom gosto, desde a capa - como usuário assíduo de Adidas, fiquei no céu - passando pela produção - que é extremamente bem feita e limpa, dando para ouvir cada mínimo detalhe que é tocado, até os vocais e as letras, que farão com que você se sinta um autêntico hooligan inglês - mesmo os caras sendo americanos. Dá para perceber uma influência enorme de bandas como Cock Sparrer, The Crack e Blitz - que eles, inclusive, mandam um cover de "Propaganda".

Os caras estão em vias de lançar seu segundo disco, que já está em produção e, inclusive, já divulgaram a capa, que pode ser vista clicando AQUI.

Caindo para os destaques, é impossível deixar de citar sons como "All The Answers", "Criminals And Outcasts", "Last One Standing" e o cover, já citado, de "Propaganda", do Blitz.

Tenha certeza que vale cada segundo de audição disso aqui! Vocês sentirão a classe, o peso e a vontade que os caras estão de ser um dos maiores destaques da cena.

Ficha Técnica:

Banda: Hard Evidence
País: EUA
Álbum: Last One Standing
Ano de lançamento: 2014
Gravadora: Rebellion Records / Longshot Music
Integrantes: Ryan Brown (Vocal), Bryan Clarkson (Guitarra), Jim Ulrich (Guitarra), Nathan Pionke (Baixo) e Dave Jafari (Bateria).

Faixas:

Long Days
All The Answers
Criminals And Outcasts
Spoiled Rotten
Last One Standing
Can’t Save Me
Rising Sun
Propaganda

quarta-feira, 16 de março de 2016

Bad Religion - Lollapalooza 2016

Bad Religion no Lollapalooza

Uma das bandas que moram no coração do público brasileiro sem dúvidas é o Bad Religion. Aliás, creio que eles não morem só em nossos corações, mas sim no coração de quem acompanha a cena punk rock. Acho que não soo exagerado se disser que, nos dias de hoje, eles são os maiores representantes do estilo, no mundo inteiro, num tempo em que ficamos órfãos de bandas do estilo, pelo menos no mainstream.

Pouco tempo depois de terem vindo ao Brasil, em fevereiro de 2014 - eu estava no Circo Voador, chupem - eles retornaram para shows em São Paulo, no Lollapalooza, no último sábado, dia 12/03, e em Curitiba, e estão simplesmente DEVASTADORES, como nunca deixaram de ser. Parecem ser uma banda nova, tentando a todo custo ganhar seu espaço no mainstream. Só dá para perceber que é uma banda com 37 anos de carreira quando olhamos para os integrantes, que já estão com seus cabelos brancos e rostos enrugados, mas sem deixar a peteca cair em nenhum segundo. Dá para sentir a vontade de tocar, a raça e a vontade de fazer o público se quebrar todo, nas rodas, olhando para a presença de palco dos caras e ouvindo como devoram os instrumentos.

Com um setlist absolutamente M-A-T-A-D-O-R, de 24 músicas, trazendo clássicos absolutos de sua carreira, como "21st Century Digital Boy" (1990), "You Are The Government" (1988), "Delirium Of Disorder" (1988), "Suffer" (1988), "Punk Rock Song" (1996), "I Want To Conquer The World" (1989), "You" (1989), "Sorrow" (2002), "Generator" (1992) e, talvez, a mais tocada deles "American Jesus" (1993), isso sem falar nos sons modernos. Os caras simplesmente pegaram o que há de melhor em sua carreira, para construir o setlist. Uma música atrás da outra, com Graffin apenas agradecendo ao público, em português, quando dava algum espaço. Absolutamente frenético, praticamente sem pausas, exatamente o que esperamos de um show punk.

Infelizmente, a platéia não era lá grande coisa, talvez por estar num festival de música pop, e isso ficou mais notável quando vemos pelo vídeo. Eu não tive a oportunidade de ir a São Paulo, para acompanhar - até porque, já vi a banda duas vezes e moro bem longe -, mas não consegui sentir muita firmeza vinda da galera. Até deu para ver uma roda girando, da metade pro fim da apresentação, mas nada que fosse digno do que o Bad Religion merece. Na minha opinião, a maioria do público sequer fazia ideia da importância de quem estava tocando, não apenas para o punk rock, mas para o rock n' roll em geral. É compreensível, até, pois o "Lolla" reúne mais adolescentes, que não viveram o auge da banda, nos anos 90 e início dos anos 2000.

Para mim, que sou fã, foi uma lástima não poder acompanhar os caras novamente, mas foi maravilhoso, no conforto do meu quarto, poder assistir ao vivo, enquanto dava gritos de alegria, quando algumas de minhas músicas favoritas tocavam. Na minha opinião, o ponto alto do show foi da metade para o fim, quando pareceu que eles queriam mesmo fazer o público entender quem estava ali tocando. Felizmente, grande parte da molecada entendeu e fez a festa.

Se pudesse dar uma nota, de 1 a 10, daria 10, com certeza. Os caras estão demais.

Setlist:

Fuck You 
21st Century (Digital Boy) 
Sinister Rouge 
Come Join Us 
New America 
Do What You Want 
You Are (The Government) 
Delirium of Disorder 
Suffer 
New Dark Ages 
Supersonic 
Prove It 
Can't Stop It 
Atomic Garden 
Los Angeles Is Burning 
I Want to Conquer the World 
Punk Rock Song 
You 
Fuck Armageddon... This Is Hell 
Infected 
Sorrow 
Generator
American Jesus

Banda:

Greg Graffin (Vocal)
Brian Baker (Guitarra)
Mike Dimkich (Guitarra)
Jay Bentley (Baixo)
Jamie Miller (Bateria)

Assista ao show no Youtube (agradecimentos ao canal "Live Shows")

terça-feira, 15 de março de 2016

True Brew: Millencolin voltando a ser Millencolin


Millencolin! Uma das bandas que eu mais escutei, desde quando vendi minha alma ao punk rock, no início da década passada. 

Em pleno auge do mítico "Pennybridge Pioneers" (2000), me acostumei a escutar sons que se tornaram verdadeiros clássicos, nos dias de hoje, como "Fox", "No Cigar", "Duckpond", "Devil Me", "The Ballad" e vários outros contidos nele. Depois, "Home From Home" (2002) foi considerado por muitos como o melhor álbum da banda. Ele também fez a minha cabeça por muito tempo, na época. "Kingwood" (2005) é um excelente álbum. Apenas ouvindo "Ray", eu já me sentia o maior "skate-punk" da face da Terra. Até que chegou o disco "Machine 15" (2008), e os caras começaram a colocar os elementos pop e alternativo que estavam em voga na época. Pelo menos, para mim, uma decepção total. Acredito que, para quem era fã antigo da banda, na época, o disco também decepcionou demais.

Mas, "True Brew" veio para recolocar tudo nos eixos. Os caras parecem ter entendido que os fãs querem aquele mesmo hardcore melódico que os consagrou, no fim dos anos 90 e início dos 2000. Entenderam tão bem, que a barulheira voltou à tona, exatamente da mesma forma que acontecera nos álbuns anteriores. Os caras conseguiram trazer novamente aquela mesma pegada, fazendo o ouvinte, por alguns momentos, se sentir de volta àquela época. Imagino os pré-tiozões, de 30 e poucos anos, querendo pegar o skate de volta, ou então dançar loucamente, como faziam na adolescência. Acabei de entrar para o time dos trintões e já estou com essa vontade.

Embora a sonoridade remeta aos álbuns antigos, as letras mudaram um pouco, com mais conteúdos políticos no meio delas. Os caras amadureceram e entenderam que era hora de alfinetar os manés em geral que dominam as discussões e agem como pombos jogando xadrez. Graças aos deuses do punk rock, nada de militante acontece aqui. Aliás, as letras são extremamente bem escritas, muito conscientes e coerentes. Até mesmo se você discordar dos pontos de vista dos caras, é capaz que goste delas.

Para nós, brasileiros, o álbum também tem algo de muito especial, visto que o clipe de "True Brew" foi filmado em Fortaleza, durante a turnê da banda por lá. O clipe de "Sense & Sensibility" também é muito bom e já dava uma ideia do que o álbum seria, para os mais ansiosos. Eu mesmo me acabei de pogar dentro do quarto, enquanto ouvia o som. Paulada e uma beleza.

Outros sons, como "Chameleon", "Autopilot Mode", "Perfection Is Boring", "Bring Me Home" e "Believe in John" - que fecha o álbum -, também merecem extremo destaque. O único "defeito" que a banda ainda não corrigiu foi não ter voltado a tocar os ska que tocavam, lá nos anos 90. Mas, nada demais.

"True Brew" é um álbum incrível e uma aula de HC melódico, ao melhor estilo skate-punk. Se você por acaso não conhece a banda, é uma ótima porta de abertura, embora eu ainda prefira indicar os álbuns que citei anteriormente.

Ficha técnica:

Banda: Millencolin
País: Suécia
Álbum: "True Brew"
Ano de lançamento: 2015
Gravadora: Epitaph Records

Faixas:

Egocentric Man
Chameleon
Autopilot Mode
Bring Me Home
Sense & Sensibility
True Brew
Perfection Is Boring
Wall Of Doubt
Something I Would Die For
Silent Suicide
Man Of 1000 Tics
Mr. Fake Believe
Believe In John

Os 10 álbuns recentes que eu mais tenho escutado ultimamente.

PRIMEIRO POST DESSA BAGAÇA!!!

Senhoras e senhores; garotos e garotas; punkekos e punkekas; skinheads e skingirls, hoje tenho a honra de reinaugurar meu blog, de uma forma muito especial, falando não apenas de um ou dois álbuns, mas sim de DEZ!!! Ou melhor: dos dez álbuns recentes que eu mais tenho escutado ultimamente.

Vamos a eles:

#10: Slapshot - Slapshot (2014 - Olde Tyme Records / Brass City Boss Sounds)


Quem conhece o Slapshot, sabe que há 30 fucking anos os caras vêm mandando o que há de melhor no hardcore punk mundial. Um dos maiores nomes do Boston Hardcore, os caras lançaram clássicos dos anos 90, como os álbuns "Sudden Death Overtime" (1990), "Unconsciousness" (1994), "16 Valve Hate" (1995) e o mítico "Old Tyme Hardcore" (1996), dentre outros vários.

Depois do álbum "Tear It Down" (2005), os caras deram um bom tempo nos lançamentos, seguindo-se os nove anos seguintes sem nenhuma novidade de estúdio, até o abençoado ano de 2014, quando eles reaparecem de forma monstruosa, com o clipe de "I Told You So", que é, de longe, uma das melhores músicas da banda. Após o lançamento do clipe, uma apreensão enorme pelo lançamento do álbum se iniciou. Parece que, desde então, as coisas têm dado muito certo para a banda, mantendo seu status, no meio punk/HC, e fazendo com que sua agenda ficasse bem grande.

O álbum é uma absoluta PEDRADA nas orelhas, com o estilo sempre rápido e pesado que os caras têm. Os vocais de Jack "Choke" Kelly continuam absolutamente MORTAIS. Incrível como o cara não perdeu ABSOLUTAMENTE NADA do que ele tinha lá nos tempos de ouro da banda. E isso também se aplica à presença de palco do cara. Ele continua sangrando em quase todos os shows, continua berrando e correndo feito um louco em cima do palco. A visceralidade dos caras se estende à guitarra pesadíssima de Craig Silverman, que se adaptou muitíssimo bem à banda e conseguiu, além de tudo, colocar seu estilo, com riffs bem básicos, porém rasgados e cheios de pegada. O baixo distorcido e cheio de presença de Ryan Packer e a bateria no melhor estilo "tupá-tupá" de Benny Grotto também merecem notoriedade e respeito, pois ajudam a encorpar mais ainda o som, que é absolutamente destruidor.

O álbum também conta com muitos dos velhos clichês do hardcore punk antigo, mas também há uma notória influência do new school, no meio do som. Conforme o tempo foi passando, a tendência do hardcore foi o peso, fazendo com que as bandas tocassem num estilo mais lento que o old school. A coisa mais incrível do álbum foi ver como os caras conseguiram aliar as duas coisas: o peso moderno e a velocidade antiga.

Ao longo das 16 faixas - incluindo um cover da clássica "Personal Jesus", do Depeche Mode -, seu ouvido será completamente esmagado pelas pedradas que vêm por aqui. Sons como a já citada "I Told You So", a old school "Low Life", as pesadíssimas "Go Hard", "Nothing At All" e "Fuck It" comprovam isso. Mas, faça um favor a si mesmo e ouça o álbum inteiro!

Faixas:

Intro
I Told You So
Go Hard
Kill It With Fire
Until It's Gone
Fuck It
Soft
Nothing At All
Low Life
Freezer Burn
You're On My List
One And Done
Blood On The Floor
Never Trust A Junkie
Personal Jesus
Outro


#9: 45 Adapters - Patriots Not Fools (2014 - Contra Records / Longshot Music)


Uma das melhores bandas de Oi! surgidas, nos últimos tempos, foi o 45 Adapters, com um som que remete extremamente a um som bem retrô, com muitas características do punk rock e do rock n' roll clássico. Um som cru, animado e com tudo o que há de mais dançante no estilo. Absolutamente DEMAIS.

Escolhi o mini-álbum "Patriots Not Fools", pois é o que eu realmente tenho mais escutado. São apenas 6 músicas, beirando os 15 minutos, mas que te darão uma aula de como é o estilo de vida skinhead: biritas, brigas, vinil, patriotismo, dentre outras coisas. A própria faixa "Don't Grow Out Of It" está com tudo para se tornar um grande hino do estilo, com tudo aquilo que mencionei anteriormente. É um som perfeito para pogar e dançar e, principalmente, beber. BEBER MUITO!!!

As outras faixas seguem a mesma linha, não apresentando grandes inovações, mas mantendo o espírito do Oi! e do punk rock em geral. O que mais chama a atenção por aqui, é o fato da atmosfera de "coisa velha" que o álbum tem. É um álbum de 2014, mas parece ter sido lançado há uns 30 anos. Não sei exatamente se eles usam alguma aparelhagem antiga, mas sei que consigo perceber muitas vezes distorções mais melódicas.

Sons como "Vinyl Fetishists", "We Can Win", "Patriots Not Fools" e a já citada "Don't Grow Out Of It" são os carros-chefe do álbum. Ouça, que com certeza você se viciará!

Faixas:

Don't Grow Out Of It
Vinyl Fetishists
We Can Win
Patriots Not Fools
Real Danger
I'm Not Afraid


#8: Perkele - A Way Out (2013 - Spirit Of The Streets Records)


Sou extremamente suspeito para falar do Perkele, visto que eles são uma das minhas bandas favoritas entre todas. Esses suecos malucos estão aí desde MUITO TEMPO, quebrando a porra toda, com seu som único, que por mais que siga uma linha voltada ao Street Punk/Oi!, tem muitíssimas particularidades. Nos clássicos álbuns "Voice Of Anger" (2001), "No Shame" (2002), "Confront" (2005), por exemplo, eles mandam um som bem melódico, com grandes influências do punk rock mais clássico. No álbum "Längtan" (2008), além de cantarem tudo em sua língua nativa, os caras também adicionaram algumas influências de músicas tradicionais.

O resultado disso tudo, é que vemos em "A Way Out", uma banda bem mais evoluída, com características de todas as outras fases, continuando com seu som inconfundível, só que agora um bocado mais barulhento. Os caras incorporaram muito bem características do Oi! tradicional, colocando solos em meio a partes melódicas, mas também pegaram muita coisa do Street Punk moderno, como o vocal mais gritado e músicas bem mais rápidas. TODAS as músicas aqui são "potenciais hinos". Não à toa, o Perkele é uma das bandas mais queridas e carismáticas do meio, tendo fãs de todos os tipos e gostos.

O carisma dos caras é algo indiscutível, e eles colocam muito bem isso em suas letras. Em suma, elas falam do estilo de vida skinhead e punk, sobre caras beberrões, porradaria, mas também com algumas críticas sociais e também letras inspiradoras, que vão fazer o seu dia bem melhor.

Sons como "Smash It" (um tapa na cara dos conservadores radicais e racistas), "Give Me Your Money", "Dancing Boots", "Believe" e "He Loves Violence" são absolutamente perfeitas para um fim de semana regado a futebol, churrasco e cerveja. Mesmo assim, ainda aconselho que você ouça isso em qualquer momento. Sem dúvida alguma, te dará um gás daqueles!

Faixas:

A Way Out
Smash It
Side By Side
Give Me Your Money
Dancing Boots
Believe
He Loves Violence
Leave Me Alone
Dedicate To Nothing
Above You All


#7: CJ Ramone - Reconquista (2013 - Self-Released)


CJ Ramone é um absoluto guerreiro do punk rock. O cara entrou nos Ramones substituindo o mítico Dee Dee Ramone, levou cusparada na cara de fãs doentes, aturou todas as picuinhas que envolviam a banda - principalmente as briguinhas entre Joey e Johnny -, se ferrou um bocado após o fim deles, lançou álbuns, teve bandas e tudo o mais. Até que resolveu parar de nadar contra a maré e se aproveitar um pouco de seus tempos de glória e mainstream, fazendo o que sabe fazer. E que atitude correta!

No início da década, resolveu que era a hora de lançar um álbum solo, o que se tornou outra enorme decisão correta. Pegou todas as suas influências, misturou àquele som "ramônico" clássico que ele soube tão bem fazer, nos anos 90, pegou seu baixo e seus inconfundíveis vocais, que são extremamente bonitos e carismáticos. Estava aí a nova fase de CJ: "RECONQUISTA"!

Um puta álbum, um dos melhores da década, o álbum que mostra do que o cara realmente é capaz. Não que ele não tivesse mostrado isso nos tempos de Los Gusanos e Bad Chopper, mas aqui estamos vendo realmente quem é CJ Ramone e o que ele representa para a comunidade punk rock no geral. O som "ramônico" está de volta, com várias características de sua banda antiga: as partes melódicas, que lembram baladinhas, a agressividade em alguns sons, letras que não estão nem aí para assuntos atuais, política, nem nada. Falam muito de amor, problemas pessoais, diversão e até mesmo há a belíssima "Three Angels", que homenageia os então três falecidos Ramones - Joey, Johnny e Dee Dee.

O álbum ganhou bastante repercussão aqui na América do Sul - lugar onde os Ramones sempre foram mais ovacionados -, principalmente aqui no Brasil e na Argentina. Inclusive, CJ até ganhou destaque na mídia aberta por aqui, indo ao "Agora É Tarde", do Danilo Gentili. Recentemente, ele também fez uma apresentação no Estúdio Showlivre, promovendo o álbum posterior "Last Chance To Dance".

No mais, sons como "Nobody's Sweetheart", "What We Gonna Do Now", "King Cobra", "Now I Know" e "Low On Ammo" são, para mim, os carros-chefe do álbum.

Um puta álbum, sem dúvida alguma. Se não ouviu, aproveite!

Faixas:

What We Gonna Do Now?
Three Angels
You're The Only One
Nobody's Sweetheart
Shut Up
King Cobra
Now I Know
Ghost Ring
Waitin' For The Man
Goin' Home
Low on Ammo
Aloha Oe


#6: Madball - Hardcore Lives (2014 - Nuclear Blast Records)


Uma das mais clássicas bandas do New York Hardcore, o Madball, simplesmente não pára. Os caras continuam lançando uma média boa de discos e fazendo turnês o tempo todo, vindo até mesmo ao Brasil, de vez em quando. Eu ainda não tive a oportunidade de ver os caras, mas espero que ela chegue bem rapidinho!

"Hardcore Lives", um título bem sugestivo, chega às prateleiras em 2014, com a proposta que o Madball sempre teve: Hardcore new school, com muitas influências de metal, guitarra cheia de groove, vocal berrado, por parte do sr. Freddy Cricien, uma das maiores figuras do estilo. Claro que eles não perdem nunca a essência old school da coisa, mas o nível de modernidade que consta aqui é bem alto. Obviamente, isso não torna o Madball mais uma daquelas bandas extremamente chatas, cheias de breakdown e ritmo lento. Pelo contrário, aqui a rapidez impera.

Como falei anteriormente, a urgência é um dos pontos altos do álbum, o que faz com que ele não fique entediante, sendo completamente propício para aquela roda de pogo bacana. Não há muita inovação no álbum, pois eles simplesmente resolveram seguir a linha de sempre, mas mostra que eles são extremamente competentes em manter a linha. Tudo muito bom, por aqui.

O álbum também conta com participações especiais, como já é um clichê das bandas de NYHC. Aqui temos como convidados Scott (Terror), Toby (H2O) e Candance (Walls Of Jericho). Sons como "Doc Marten Stomp", "DNA", "Born Strong" e "Hardcore Lives" são extremamente pauleiras e cheias de inconsequência.

Se ainda não ouviu, aproveite!

Faixas:

Intro
Harcore Lives
The Balance
Doc Marten Stomp
Dna
True School
The Here And Now
Nothing To Me
My Armor
Beacon Of Light
Born Strong
Spirit
Mi Palabra
Nbnc
The Beast
For The Judged


#5: No Man's Land - No Back Way Home (2015 - Aggrobeat)


Uma das bandas que eu mais gostei de conhecer, nos últimos tempos, foi esta. No Man's Land é uma banda bastante desconhecida, até mesmo para os fãs do Street Punk, por ser de um canto bem distante: a Indonésia. Eu acho incrível que, num país onde as liberdades individuais são completamente restringidas, esses - e outros - caras consigam viver um estilo de vida skinhead e que consigam mandar seu som, sem maiores represálias, há mais de 20 anos.

Os caras mandam aquele som padrão: punk rock ligeiro, com passagens melódicas, solos, vocal rasgado, refrão estilo coro de torcida de futebol, formando o Oi! que todos nós amamos. Em suas letras, os caras são incisivos: nada de política. Eles preferem fazer letras politicamente incorretas, questionando a sociedade e tudo o mais, mas nada daquela coisa chata de ficar choramingando. O estilo de vida skinhead também é exaltado ao extremo. Juntando isso tudo, sai um som único, que mostra os caras para o mundo, depois de tanto tempo fazendo música boa e ajudando a erguer os pilares de uma cena, num lugar tão afastado do Ocidente.

"No Way Back Home" é o álbum mais recente dos caras, lançado ano passado, que está ganhando grande repercussão, ganhando espaço em prateleiras ocidentais e levantando mais ainda o nome dos caras, que me parecem estar curtindo demais essa onda nova. Fazem bem, que aproveitem bastante!

Aqui está um álbum em que é difícil até mesmo fazer destaques, mas mesmo assim eu posso tentar. Sons como "United Oi!", "Don't Know Why", "Malang Nominor", "BB Punk", "Taken Away", "Degeneration" e a sensacional "20 Years Of Oi!" mostram uma banda extremamente disposta a conquistar o mundo. Aliás, vale a pena conhecer o resto da discografia dos caras, também, visto que ela é bem grande.

Simplesmente ouçam!

Faixas:

United Oi!
Don’t Know Why
Malang Nominor
No Way Back Home
BB Punk
Glory Days
Taken Away
Jack Meler
Degeneration
In The Trap
20 Years Of Oi!
Our Lives


#4: Blind Pigs - Capitânia (2013 - Zona Punk)


Sou um fã antigo do Blind Pigs: conheci o som dos caras em 2001, em algum rolé da minha adolescência. Desde então, vários sons deles entraram como trilha sonora da minha vida. Os caras, sem dúvida alguma, têm uma importância enorme na minha formação musical. Até que chegou a hora, depois do álbum "Heróis Ou Rebeldes" (2006), que eles desfizeram a banda, e eu acabei esquecendo dela por um tempo. Até que um certo dia, vagando pela internet, vi a notícia de que eles estavam de volta para fazer shows e planejavam o lançamento deste, que se tornou um dos meus álbuns favoritos!

Os caras renasceram completamente e lavaram a alma neste álbum. Houve também um claro amadurecimento dos caras, tanto na parte instrumental, quanto na lírica, fazendo letras que eu tenho certeza que serão consideradas "formadoras de caráter", daqui a um tempo. Particularmente, se eu tiver filhos, com certeza colocarei esse álbum para que eles ouçam muitas vezes e aproveitem muita coisa boa do que é dito aí.

O que faz desse álbum tão especial, além de marcar o retorno dos caras, é o fato de TODAS as músicas terem o seu valor e não deixar o álbum cair no tédio em nenhum momento. Praticamente, podemos considerar todas como hinos! Os caras acertaram demais na produção, que deixou o som bem mais limpo e organizado que o normal, fazendo você entender absolutamente tudo o que está acontecendo ali. Se você tiver entendimento musical, vai conseguir identificar facilmente os acordes e as batidas.

As letras dão um show à parte: todas demonstram ter vindo de caras vividos e experientes na vida, servindo como inspiração para essa molecada que insiste em ser chata pra caramba, nos dias de hoje. Não é papo de velho - até porque, eu estou na "frô da idade", com 30 -, é só a realidade. Os caras, em pouco tempo, te fazem entender que você pode até se achar o salvador do mundo, hoje em dia, mas que uma hora você vai desistir disso e se dedicar a outras coisas. Eu acho que elas são absolutamente críticas à visão de mundo que predomina, nos dias de hoje, principalmente na cena punk.

No mais, entre as oito músicas, chamo a atenção para o hino "União", a ótima "Antro de Trastes", que me identifico demais com a letra, "Cinco Cadeados" e a balada "Adolescência Acabou", que traz uma reflexão belíssima, além de um instrumental totalmente diferente de tudo o que o Blind Pigs fez em sua carreira. Vale a pena demais!!!

Faixas:

Incorruptível
Punhos Cerrados
Sentinela Dos Mares
União
Ferro Graxa
Antro De Trastes
Cinco Cadeados
Adolescência Acabou


#3: Agnostic Front - My Life, My Way (2011 - Nuclear Blast Records)


Ok, ok, eu sei que o Agnostic Front lançou um álbum ano passado, mas o que acontece é que eu tenho escutado esse álbum MUITO MAIS que o mais recente "The American Dream Died" (2015). A grande diferença está no próprio som: este aqui está bem mais próximo do old school, que o mais recente. É claro que eu gostei demais do "The American...", mas este, além de tudo, também tem uma significativa carga emocional para mim. A turnê de "My Life My Way" acabou passando pelo Brasil, e eu estive lá, no Circo Voador - RJ.

O álbum mantém a sonoridade que o AF adquiriu após o álbum "Dead Yuppies" (2001), uma coisa mais moderna, bastante influenciada pelo new school, mas sem perder a essência, obviamente. Os caras continuaram com as batidas hardcore clássicas, no melhor estilo "tupá-tupá", mas também colocaram solos mais complexos e estruturas de guitarra que remetem ao HC moderno e até mesmo ao crossover thrash. Até mesmo alguns pedais duplos conseguimos ouvir por aqui.

Temos, por aqui, uma banda inspiradíssima, parecendo que acabaram de surgir do underground e que ainda estão tentando ganhar seu espaço na cena, mesmo depois de mais de 30 anos de estrada. Roger Miret e Vinnie Stigma parecem estar mais entrosados que nunca, nessa parceria que está presente desde os primórdios. Roger continua com seus vocais inconfundíveis, dando a vida no microfone, enquanto interpreta com absoluta perfeição as músicas. Stigma continua sendo um monstro da guitarra, no meio hardcore, sendo absolutamente carismático e cheio de atitude. O resto da banda, Pokey Mo (baixo), Joseph James (guitarra) e Mike Gallo (bateria), também mostram a que vieram, fazendo suas partes com extrema perfeição. A produção também manda abraços, por aqui, feita por nada mais, nada menos que o vocalista do Madball, Freddy Cricien - irmão de Roger -, que acertou a mão ao extremo.

A parte mais difícil é destacar alguma coisa, por aqui. Sons como "City Streets", "Us Against The World", "Until The Day I Die", "Self Pride", "That's Life", "My Life My Way" e "A Mi Manera" simplesmente DETONAM, fazendo do álbum um dos mais perfeitos lançados pela banda. Absolutamente incrível e cheio de atitude, como não poderia deixar de ser.

Faixas:

City Streets
More Than A Memory
Us Against The World
My Life My Way
That's Life
Self Pride
Until The Day I Die
Now And Forever
The Sacrifice
A Mi Manera
Your Worst Enemy
Empty Dreams
Time Has Come


#2: 7 Seconds - Leave A Light On (2014 - Rise Records)


Uma das mais clássicas bandas da história do hardcore melódico, sem dúvida alguma é o 7 Seconds, que já lançou álbuns matadores, como "The Crew" (1983) e "Walk Together, Rock Together" (1984), até serem quase que completamente esquecidos, após investirem numa roupagem mais pop para o seu som, como nos álbuns "New Wind" (1986) e "Soulforce Revolution" (1989). O tempo foi passando, eles tomaram vergonha na cara, voltaram a investir no hardcore, de fato, e lançaram o matador "Take It Back, Take It On, Take It Over" (2005), até sumirem de novo e lançarem, ano retrasado, o ótimo "Leave A Light On", que entrou para o meu top 3 de melhores álbuns da carreira dos caras, junto com os dois primeiros.

O álbum é simplesmente esmagador, faz a ponte perfeita entre o punk rock padrão e o hardcore, com uma linha bastante melódica, típica das bandas straight edge. As influências de bandas como Bad Brains e Minor Threat são completamente presentes e eles até citam o "PMA" (Positive Mental Atittude). Claro que há uma pegada pop, também, que marcou a carreira da banda, nos anos 80, mas não é nada que prejudique a sonoridade. Na verdade, creio que essa pegada cai até bem, em alguns sons.

Kevin Seconds canta como se não houvesse amanhã, de forma totalmente melódica, dando o contraste necessário nas músicas mais rápidas, para que o ouvinte não se engane: temos uma banda de hardcore tocando aqui, mas não é nada doentio. Há de tudo: o padrão "tupá-tupá", músicas um pouquinho mais lentas, algumas com pegadas "ramônicas", algumas com pegada mais anos 80, algumas influenciadas até mesmo pelo new school de bandas como H2O, por exemplo.

Como os caras fizeram questão de escrever, "30 Years And Still Going Wrong". E eu espero que continuem assim. Espero que músicas como "Upgrade Everything", "I Have Faith In You", "Slogan On A Shirt", "Your Hate Mentality" e "Leave A Light On" façam esse serviço!

Faixas:

Exceptional
Upgrade Everything
Slogan On A Shirt
I Have Faith In You
30 Years (And Still Going Wrong)
Leave A Light On
Empty Spots
Your Hate Mentality
My Aim Is You
Rage Quit
Heads Are Bound To Roll
Standing By Yourself
Someday, Some Way
Simple Or Absolute


#1: Evil Conduct - Today's Rebellion (2014 - Randale Records)


E, finalmente, agradecendo a leitura, fecho essa lista com o álbum que fez com que eu me apaixonasse completamente pelo Evil Conduct. Não me levem a mal, eu conheço os caras há um bom tempo, já, desde o álbum "King Of Kings" (2007), mas eles eram "apenas uma banda legal" para mim, até lançarem o clipe de "That Old Tattoo" (2014) e me deixarem ABSOLUTAMENTE MALUCO E APAIXONADO pelo som deles. Inclusive, foi aí que eu aprendi a apreciar de forma correta as outras músicas.

O Evil Conduct, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, é uma banda bem antiga, lá dos anos 80, mas que só deu as caras na cena com o álbum "Sorry... No!" (2000). Liderada por Han (guitarra) e Ray (bateria), ainda contamos com Joost, no baixo. Infelizmente, por algumas brigas, os caras terminaram a banda no fim do ano passado, pouco tempo depois de terem passado pelo Brasil, em turnê com o Blind Pigs, deixando muitos skinheads e oi!sters da nova geração órfãos. Na minha opinião, o EC é a banda mais carismática no meio do oi!, atualmente.

"Today's Rebellion" foi lançado pouco tempo depois do clipe de "That Old Tattoo", e depois da ansiedade monstra dos fãs, e mostra o mesmo Evil Conduct dos outros lançamentos, fazendo seu Oi! tradicional, melódico e com suas letras inconfundíveis: orgulho skinhead, amor pelo Oi! e amor pelas biritas. Há até uma faixa-tributo ao Oi! Oi! The Shop, a loja mais famosa sobre Oi!, no mundo inteiro, praticamente o oásis dos skinheads. Os solinhos, em meio às partes melódicas estão lá, mas o peso e a diversão também estão completamente presentes. Aqui está um autêntico álbum para você ouvir tomando uma cerveja e levantar a caneca a cada refrão, pois todos eles, não importa o que digam, são propícios a isso.

Infelizmente, como já disse anteriormente, eles puseram um fim à banda, no fim do ano passado, mas deixaram um baita de um legado bacana, e "Today's Rebellion" - com sons como "This Flame", "CCTV", "Oi! Oi! The Shop", "Something About You" e a minha favorita (além de "That Old Tattoo, obviamente) "Never Again", que fala de uma bela ressaca - com certeza fechou muitíssimo bem essa carreira incrível dos caras. Espero que eles voltem, um dia!

Faixas:

This Flame
That Old Tattoo
Today's Rebellion
Oi! Oi! The Shop
CCTV
Bent Coppers
Gone By Tomorrow
Something About You
Never Again
The Best Years Of Your Life


Curta o Badass Jukebox no Facebook, clicando AQUI e obrigado pela visita!

Voltei!



Para quem conheceu a antiga encarnação do blog e gostava, aqui vão boas novas: ESTAMOS DE VOLTA!

Mesmo ele sendo, desde sua concepção, um projeto com ênfase no punk e no hardcore, mas aberto a outros tipos de música, resolvi, nessa nova encarnação, fazer EXCLUSIVAMENTE dedicado a essas vertentes. Desde o Street Punk, até o Pop Punk, aqui terá de TUDO o que envolve o melhor tipo de música já criado na história.

Postarei indicações de álbuns, algumas notícias, vídeo-clipes, álbuns completos no Youtube, os comentários serão abertos a todos, e conforme o tempo for passando, deixarei o layout cada vez mais trabalhado - ou não.

Sinto-me na obrigação de falar que o blog é EXCLUSIVAMENTE SOBRE MÚSICA, sendo vetada assim qualquer manifestação política do autor, visto que não é esse o objetivo.

Quem quiser fazer alguma parceria - blogs, canal de Youtube, etc - sinta-se livre para me procurar e trocaremos divulgação.

No mais, em breve sairão os primeiros posts. Vamos mostrar que a comunidade punk/HC/Oi! está crescendo para incomodar a todos, como sempre!